Espaço da negritude na política é tema de mais uma edição do Prosa Política

Para Cristina, a mulher, incluindo a negra, não tem ampla representação na política pela falta de apoio social e financeiro

A 8ª edição do Prosa Política, debate realizado pelo PSB de Pernambuco, reuniu, nesta quinta-feira (22), representantes de diversos segmentos sociais para avaliar o papel do homem e da mulher negra nos espaços de poder. Aos militantes, os palestrantes convidados, os deputados Isaltino Nascimento e Cristina Almeida, do Amapá, falaram sobre as lutas históricas da população negra para reafirmar suas bandeiras na sociedade. Os avanços do segmento nas gestões do PSB também foram abordados.

Cristina Almeida iniciou sua explanação falando sobre a história de mulheres negras que se destacaram na luta democrática do país, como Dandara, que protagonizou a defesa o Quilombo dos Macacos, Tereza de Benguela, responsável por defender o Quilombo do Quariterê, e Luíza Mahin, que foi protagonista importante na Revolta dos Malês. A parlamentar também fez uma avaliação sobre como a mulher negra está representada atualmente no Congresso Nacional.

Para Cristina, a mulher, incluindo a negra, não tem ampla representação na política pela falta de apoio social e financeiro. “O cenário da legislação que nos garante reserva de 30% não é suficiente. Precisamos entender o papel dos segmentos nessa luta. Precisamos ter estratégia de fazer o diálogo com a sociedade para que nossos representantes possam levantar nossa bandeira”, discursou.

Em seguida, o deputado Isaltino Nascimento falou sobre o histórico de luta do povo negro, com as principais conquistas de demandas. Na política, o parlamentar destacou a inserção do negro nas eleições de 2018. Dentre as 1.626 vagas para deputados distritais, estaduais, federais e senador, apenas 65 foram preenchidas por candidatos que se autodeclaram pretos nas eleições 2018. Os negros são 4% dos eleitos neste ano, de acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Por que temos poucos negros na política?”, questionou. “Poucos recursos para campanhas políticas. Não existe nenhum tipo de cota mínima obrigatória para partidos candidatarem políticos negros, diferente do percentual para gênero. As desigualdades raciais no Brasil ainda estão firmes e fortes”, frisa o deputado. Para ele, é preciso garantir mais políticas públicas, igualdade salarial, tolerância cultural e acesso à educação de qualidade.

O socialista também citou os avanços realizados pelas gestões do PSB em Pernambuco em prol da população negra. Dentre elas, a criação do Programa de combate ao racismo institucional (PCRI); da Coordenadoria de Igualdade Racial de Pernambuco (CIRPE), a instituição do Plano Estadual de Promoção da Igualdade Racial, do Pernambuco Quilombola e do de Promoção de Igualdade Racial. Também foi citada a concepção do Fórum de Gestores de Política de Igualdade Racial e do Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial.

O encontro, realizado na sede do PSB, contou com a presença da deputada estadual Laura Gomes, da deputada eleita Gleide Ângelo, do presidente estadual Sileno Guedes, da secretária de Formação Política do PSB-PE, Dora Pires, dos representantes dos segmentos da Negritude, Vicente Moraes, Mulher, Niedja Guimarães, Juventude, Tyago Bianch, Popular, Luciberto Xavier, e LGBT, Tom Araújo.