O empoderamento feminino deve ser posto em prática

Há 44 anos, a Organização das Nações Unidas, a ONU, instituía o Dia Internacional da Mulher. Uma data criada para reafirmar anos de luta por melhores condições de trabalho, salários dignos e igualdade de direitos. Apesar de haver conquistas significativas desde a instituição desta data, é de ciência comum que o preconceito de gênero ainda se reflete fortemente em nosso país. Destas, por si só, os espaços de poder ocupados (ou não ocupados) nos ambientes de trabalho já geraram uma série de estudos. Mais do que o discurso, o empoderamento feminino deve ser posto em prática. Essa é uma bandeira que será empunhada em nosso mandato nos próximos anos.

A sub-representação feminina é um fato inconteste e presente em nosso dia a dia. Portanto, penso que a nós, homens e mulheres eleitos democraticamente para assumir o comando de gestões públicas, cabe a missão de contribuir com ações capazes de combater esse cenário de desigualdade. Foi pensando nisso que, tão logo assumi a Prefeitura do Recife, em 1° de janeiro, fiz cumprir um dos nossos mais importantes compromissos de campanha: a igualdade de gênero na formação do secretariado municipal, com 50% dos cargos sendo ocupado por mulheres. Entre as capitais brasileiras, nenhuma alcançou esse percentual na composição de seu primeiro escalão.

Outro dado que reforça o cumprimento do meu compromisso firmado em campanha: as mulheres estão em 50% dos cargos de liderança. Vale lembrar que contamos com a participação valiosa de Isabella de Roldão, primeira vice-prefeita da história da cidade. Mas, para além dessas marcas históricas que alcançamos, não tenho dúvida de que a representação feminina em nossa administração é forte, com gestoras que muito irão contribuir com as demandas da população.

Elas compõem um time que fará muito pela nossa cidade e que será reconhecido por isso. Para reforçar o peso de nossa ação, é importante dizer que estamos falando de mulheres que, juntas, respondem pela maior parte do orçamento municipal. As pastas que elas dirigem correspondem a 50,53% de todos os recursos da prefeitura. Foi com base no peso desses números que decidimos criar a marca da nossa gestão fazendo referência ao brasão do Recife, mas com o leão e a leoa representados para incorporar a presença feminina que temos na PCR e na própria cidade.

Só isso é suficiente para dirimir as diferenças no tratamento entre mulheres e homens? Não. Distorções históricas exigem uma luta diária. Novas medidas precisam ser pensadas, planejadas e executadas. Sabendo que o mercado de trabalho também pode ser muito duro para as mulheres, principalmente aquelas que acumulam dois ou mais turnos de trabalho como mães de família, incluímos no Crédito Popular do Recife, que será iniciado neste mês, a proposta de priorizar as mulheres na lista de ordenamento. O programa deve dar ao público feminino maior autonomia para a tomada de decisões e crescimento pessoal.

Para não me estender muito, concluo esse arrazoado de ideias com a boa referência de Clarice Lispector, que era recifense de coração. No clássico A Hora da Estrela, a escritora fala que “o destino de uma mulher é ser mulher”. Pois bem. Eu iria além, diria que o presente e futuro têm que ser mais promissores do que isso: o destino de uma mulher é ser o que ela quiser. De formas variadas, já ouvi essa declaração e, enquanto homem sensível a essa justa causa, assino embaixo. A representatividade das mulheres na Prefeitura do Recife é algo histórico, porém, deve ser a primeira de muitas outras iniciativas. Outras tantas ações serão realidade porque, no Recife, o discurso vira prática da gestão.
João Campos – Prefeito do Recife

*Artigo enviado originalmente ao Diário de Pernambuco

João Campos é aprovado por 65% dos recifenses

FONTE: FOLHA DE PERNAMBUCO 

 

Em seu primeiro mês de governo, o prefeito do Recife, João Campos, é aprovado por 65% da população, de acordo com pesquisa realizada em parceria entre a Folha de Pernambuco e o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Os dados do levantamento mostram que a aprovação do socialista é maior entre recifenses do gênero feminino (68%), mas também é ampla entre o gênero masculino (62%).

Levando em conta as faixas etárias, João Campos tem o auge da sua aprovação entre pessoas de 16 a 24 anos e de 45 a 59 anos, em ambas conta com 67% de aprovação. Sessenta e cinco por cento dos recifenses de 60 anos ou mais também aprovam o primeiro mês de gestão, assim como 63% dos entrevistados de 25 a 44 anos de idade. Levando em consideração o grau de instrução, o prefeito do Recife é melhor avaliado entre quem estudou até o ensino fundamental (77%), seguido pelos que cursaram até o ensino médio (64%) e pelos que têm ensino superior (52%).

Os recifenses com renda familiar mensal de até dois salários mínimos dão o maior percentual de aprovação de João, quando abordada a faixa de renda, com 70%. Em seguida, vem os que têm renda de dois a cinco salários (61%) e os cuja família ganha mais de cinco salários mínimos (55%). A pesquisa mostra ainda que 18% dos entrevistados não aprovam o início da gestão e outros 17% não sabem ou não responderam ao questionamento.

Avaliação e expectativa

A pesquisa Folha/Ipespe revela ainda que 11% dos recifenses avaliam como ótima a gestão João Campos em seus primeiros 30 dias e outros 25% a consideram boa. Levando em conta os que têm a percepção positiva de ótimo ou bom (36%, no total), o maior percentual ocorre entre pessoas do gênero feminino (40%), na faixa etária de 45 a 59 anos (42%), entre recifenses que estudaram até o ensino fundamental (44%) e na faixa de renda familiar de até dois salários mínimos (40%). Para 39%, o início da gestão é regular, 5% acham que o começo do governo do prefeito do Recife é ruim e 6% avaliam como péssimo. Outros 15% não souberam avaliar ou não responderam ao questionamento.

Outro dado averiguado aborda a expectativa dos recifenses sobre como será a gestão do socialista, com ampla maioria dos entrevistados manifestando otimismo para os próximos três anos e 11 meses de governo de João Campos. Para 18%, o prefeito fará uma gestão ótima e outros 42% acreditam que a gestão será boa. Nesse segmento dos que acreditam em um governo ótimo ou bom (61%, no total), o maior percentual ocorre entre recifenses do gênero feminino (64%), seguidas pelos de gênero masculino (57%). Tanto entre entrevistados de 45 a 59 anos, como entre os que têm 60 anos ou mais, a expectativa por uma boa gestão é de 70%, maior patamar entre as faixas etárias.

Já o maior percentual baseado no grau de instrução é dos entrevistados que estudaram até o ensino fundamental, com 68%. Na faixa de renda, o otimismo para a gestão é maior entre os que possuem renda familiar de até dois salários mínimos por mês, com 64% dos entrevistados esperando que o prefeito encerre o primeiro mandato com um governo ótimo ou bom. Para 25% dos recifenses entrevistados, a expectativa é de que a gestão seja regular. Apenas 4% acreditam que ao longo dos próximos anos o Recife terá uma gestão ruim e 6% acreditam que ela será péssima. Cinco por cento não souberam avaliar ou não quiseram responder a pergunta.

Confira dados da pesquisa

 

Pesquisa

O levantamento realizado em parceria entre a Folha e o Ipespe entrevistou pessoas entre os dias 29 e 30 de janeiro. Ao todo, foram 800 entrevistados extraídos de forma aleatória para formar uma amostra da população, levando em conta cotas de gênero, idade, localidade e instrução. A margem de erro da pesquisa é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95,45%.